Falhas e fraturas
Fracturas são o tipo de estrutura geológica mais comum e podem ser observadas em muitos afloramentos rochosos.
Correspondem a fendas ao longo das quais se perdeu a coesão do material e são, para todos os efeitos, superfícies ou planos de descontinuidade.
Quando existe um deslocamento mensurável ao longo do plano de fractura, ou seja, quando a rocha de um dos lados se tiver movido ao longo da fractura em relação à rocha do outro lado do plano de descontinuidade, designa-se a fractura por falha.
Se não existir qualquer movimentação ou se esta for demasiado pequena para que seja fácil detectá-la, designa-se normalmente a fractura por diaclase. Contudo, a distinção entre fractura e diaclase é bastante artificial e é muitas vezes, resultante exclusivamente da escala de observação.
As fracturas são importantes por vários motivos. A sua presença afecta significativamente a resistência da rocha e devem por isso ser cuidadosamente estudadas nas operações de engenharia civil que envolvem importantes construções, como por exemplo túneis, barragens, centrais nucleares, etc.
São também importantes locais para o desenvolvimento de mineralizações, uma vez que as fracturas dilatacionais, desenvolvidas sob o efeito de tensões distensivas, são normalmente ocupadas por veios de material com interesse económico depositado no espaço criado pela abertura da fractura (Ex: Minas de Estanho de Vale das Gatas, no Norte de Portugal).
1.1. Geometria e nomenclatura das falhas
Definição de uma falha: é uma fractura planar ao longo da qual a rocha foi deslocada, numa direcção geralmente paralela ao plano de fractura.
Geometria do deslocamento (fig. 1.1)
Fig. 1.1 - Anatomia de uma zona de falha (Vialon, Ruhland & Grolier, 1976). Se a geometria do plano de falha for não vertical, ou seja, se este for oblíquo, chama-se
"footwall" (F) ou bloco de apoio ao bloco abaixo do plano de falha, e "hangingwall" (H) ou bloco suspenso àquele que fica acima do