Falhas de mercado e governo
Pelo fato de o sistema capitalista ser, hoje, vigorante na grande maioria dos países, qualquer governo tem como principal função manter o bom funcionamento da economia. Não há possibilidade de existir um Estado mínimo; tampouco deve existir intervenção excessiva ou impensada por parte desse Estado. Há diversas situações que exigem interferência governamental. O mercado não apresenta aquilo que se chama de “concorrência perfeita”, que gera problemas e soluções em sequência, sendo suficiente para o seu pleno funcionamento a própria autorregulação gerada pela relação entre oferta e demanda. As chamadas “falhas de mercado”, que consistem em algum tipo de desequilíbrio entre comprador e vendedor, são as responsáveis pela não-existência desse mercado autossuficiente. Suponha que uma seguradora, ao estabelecer preços para seus serviços, o faz baseando-se num perfil de consumidor geral; nesse caso, apenas o próprio indivíduo que vai contratá-la conhece sua situação. Desse modo, ele pode ser um cliente vantajoso ou prejudicial à empresa, dependendo dos serviços que irá requerer; se for um seguro de vida, aqueles que apresentam quadro clínico mais desfavorável serão subsidiados por aqueles que se encontram com a saúde intacta. É uma situação de assimetria de informações, conhecida falha de mercado. Ela exige que o governo tome atitudes como a melhoria do sistema público de saúde ou a apuração das informações a respeito das próprias condições da população. Cada falha demanda uma ação governamental específica; é crucial que haja essa interferência, em prol da economia. No entanto, existe o risco de a intervenção estatal causar mais problemas do que soluciona, o que faz com que o bem-estar geral sofra impacto. Tome-se como exemplo as transações comerciais realizadas por funcionários públicos, com o objetivo de favorecer a população. Uma vez que esse funcionário não estará – de modo direto – gastando o próprio dinheiro ou colhendo os