Falha em cabos
CABOS DE MÉDIA TENSÃO – PROCESSOS DE ISOLAÇÃO
João J. A. de Paula Introdução Quando se trata de cabos isolados, para instalação em dutos, diretamente enterrados, em canaletas e até em redes aéreas, costuma-se classificar estes produtos, quanto a seu nível de tensão elétrica, em cabos de baixa, média e alta tensão, ouvindo-se, às vezes, o termo "altíssima tensão", não havendo, entretanto, uma definição clara de qual valor de tensão é o limite entre essas classificações. Em sistemas trifásicos, considerando a tensão nominal entre fases, podemos em geral assumir que até 1 kV temos a baixa tensão, entre 1 kV e 35 kV temos a média tensão, sendo considerados os casos acima de 35 kV como alta tensão, havendo sempre uma variação em torno desses valores limites. Os cabos de média e alta tensão podem ter o ar como isolação, quando se utiliza condutores de alumínio sem qualquer recobrimento em linhas de transmissão ou sistemas de posteamento, sobre isoladores. Estes produtos não têm grandes exigências técnicas e são de constituição muito simples. Quando se trata, entretanto, de cabos isolados para média e alta tensão, uma maior tecnologia é envolvida. Inicialmente isolados com papel e óleo, já há muitas décadas estes produtos passaram a ter como material de isolação os compostos chamados de "poliméricos", tendo sido usados ou estando em uso o PVC (cloreto de polivinila), o polietileno, o polietileno reticulado (XLPE) e a borracha de etileno-propileno (EPR) ou o monômero de etileno-propileno-dieno (EPDM), sendo estes dois últimos chamados, em geral, de EPR ou HEPR. Já no início da utilização dos compostos poliméricos foi notado o aparecimento do fenômeno da arborescência, que será explicado adiante e que provoca o colapso da isolação. Para eliminá-la, materiais e processos foram desenvolvidos ao longo dos anos e o estado da arte atual é a utilização de compostos do tipo EPR ou XLPE, extrudados simultaneamente com os compostos semicondutores do condutor e