Faculdade
Série de Minimonografias Clínicas
Entendendo o Papel do Rim na Homeostase da Glicose
Entendendo o Papel do Rim na Homeostase da Glicose
Introdução
O
rim desempenha um papel vital na fisiologia humana ao auxiliar na manutenção do equilíbrio de fluidos, eletrólitos, balanço ácido-base e na excreção de produtos residuais do metabolismo. O rim também regula a pressão arterial, secreção de hormônios e homeostase da glicose por meio de sua reabsorção, excreção e pela gliconeogênese.1 Dados recentes confirmaram o papel do rim como o principal órgão envolvido na regulação da homeostase da glicose. Esses achados ampliaram nossa compreensão sobre o processo envolvido na reabsorção da glicose, inclusive sobre a função dos cotransportadores de sódio e glicose (SGLTs) e transportadores de glicose (GLUTs) na reabsorção da glicose. Essa compreensão do papel do rim na regulação da glicose levou a novas perspectivas sobre a fisiopatologia que contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.2,3 Entre elas, reconhecese que a reabsorção renal contínua da glicose desempenha uma função na progressão do diabetes.2,3 Esta monografia proporcionará um entendimento melhor sobre a multiplicidade de formas pelas quais a homeostase da glicose é mantida no corpo.
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Breve Revisão da Anatomia e Fisiologia Renais
A unidade funcional do rim é o néfron. São encontrados entre 1 milhão e 1,3 milhões de néfrons em cada rim.1,4 Cada néfron é composto por 2 partes principais (Figura 1) 1: 1. Um glomérulo: contêm capilares arboriformes e anastomosantes que geralmente possuem 3 camadas - endotélio do capilar, membrana basal e camada celular epitelial externa (com podócitos) - na maioria dos capilares, ao invés de 2. Essas camadas agem como microfiltro para fluidos e substâncias.1 2. Um túbulo longo: composto pelo túbulo proximal, alça de Henle e túbulo distal, os quais ajudam a converter o fluido filtrado em urina pela reabsorção de substâncias essenciais.1 O rim