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Aristóteles: ética da imanência
“A justiça é à base da sociedade; sua aplicação assegura a ordem na comunidade social, por ser o meio de determinar o que é justo”. (Aristóteles)
A ética e a política de Aristoteles formam o primeiro grande tratado sobre o comportamento das pessoas e da sociedade. Consta em seu livro da Ética a importante afirmação: “o homem é um animal capaz de pensar e de fazer política” (EN, 1,6); isto é um ser, no qual convivem as realidades biológica, sensitiva, intelectual e divina. A ciência da ética e a ciência da política analisam as condutas humanas mutáveis por aproximação (EM, 1,5).
Em destaque os quatros eixos, os quais giram as duas obras de Aristóteles: 1- A Ética é natural, onde toda a sociedade é produto natural, além da individualidade. 2- A Ética é finalista, ela alcança a finalidade; produz um bem e chega à meta. 3- A Ética é racional, harmoniza os impulsos biológicos, instintivos e sensitivos pela razão (EM, 10,7) 4- A heteronomia da ética vem de fora, da natureza, sem escolha, o homem nasce ético por ser um animal inteligente. Mas, suas ações para serem éticas, precisam ser decididas pela liberdade.
I – Contexto metafísico da ética
Na constelação das obras de Aristóteles, a ética faz parte de elenco das ciências práticas que, para ele, são hierarquicamente inferiores ás ciências teóricas. A ética comporta dois momentos convergentes: a ética da formação do homem virtuoso e de caráter e a política que trata do cidadão, da origem da sociedade e do seu governo. O homem surge da Physis, princípios de causas: matéria e forma, ato e potência, essência e existência e substância e acidentes; (matéria, forma eficiente e final (Fis., II; Met., 1,3 e VII, 4,; Geração dos animais,I, 1)
II – O bem do homem: a ética finalista
A primeira característica da ética aristotélica é a de ser finalista. Em todas as suas ações o homem visa alguma finalidade, alcançar um bem. Ora, diz Aristóteles, numa