Facul
O curta-metragem deixa claramente explicita a teoria sobre a sociedade de consumo e sobre o consumo. Tudo começa com uma família pobre, moradores de uma favela que recebem um telegrama pela primeira vez na vida e pensam ser uma cobrança de dívidas ou notícia ruim, por isso não abrem para lê-lo. Então , no dia seguinte recebem a inesperada visita de um representante da empresa que premiou a BMW vermelha. A família nunca teve contato com qualquer carro, muito menos uma BMW, até o nome lhes soou estranho.
Este prêmio de valor elevado seria um presente que transformaria a vida desta família, porém havia uma regra absurda, por dois anos não poderiam vendê-lo. Sem um rumo adequado ao uso do carro, que se tornou um pouco mais agravado pelo fato de não saberem dirigir, o veículo é utilizado de diversas formas.
O brasileiro tem a capacidade de adaptar-se às situações em que vivem ou são induzidos a viverem, é o chamado “jeitinho brasileiro” onde se encaixam em tudo e conseguem resolver tudo, o carro foi usado como proteção nas noites chuvosas, foi usado como forma de diversão da vizinhança que também nunca tinham visto uma BMW e por fim ,o carro serviu até de residência para a família.
O filme chama a atenção para situações vivenciadas no nosso cotidiano, onde as políticas públicas não são de fato feitas para aqueles que realmente precisam. Percebe-se no curta que a família nem se animou ao saber que não poderiam usar o dinheiro do carro, o que eles precisavam mesmo não é de um carro de luxo e sim de alimento, moradia e outras necessidades mais urgentes.