Fabio França - biografia
Gentilmente convidado para colaborar com o Portal RP-Bahia, agradeço a oportunidade que me é oferecida para contribuir com o debate sobre as relações públicas e a honra de poder estar ao lado de tantos colaboradores ilustres que já com ele colaboram. Parto do princípio de que falta a nossa categoria o hábito de trocar idéias, de discutir sem arrogância acadêmica, temas de nosso interesse, de compartilhar conhecimentos, para que caminhemos em sentido único na afirmação de um corpus doctrinae da atividade e da sua legitimidade para que seja reconhecida de alto interesse pelas organizações brasileiras. Pretendo com esse propósito levantar temas polêmicos, que estimulem o debate, para atingirmos os objetivos citados. Em minha primeira participação, apresento um questionamento que me vem sendo feito em relação à conceituação de público, exposta em meu livro Públicos. A questão é: não é melhor falarmos de “partes interessadas” do que de “públicos”?
No estudo sobre o conceito de público, deixei claro que não se trata de um conceito monolítico, mas polissêmico, isto é, pode ser interpretado sob diferentes acepções - como as relações públicas - dependendo de cada contexto e da necessidade de se definir as inter-relações organização/públicos ou vice-versa.
Reproduzi algumas das conceituações mais comumente utilizadas nos meios acadêmicos e deixei claro que, na prática, diante da complexidade do conceito, é impossível chegarmos a uma definição que possa ser aplicada em caráter universal aos diferentes tipos de relações entre a organização e os públicos.
Em nenhum momento pretendi negar a conceituação dos vários autores que procuram entender e definir as inter-relações empresas-públicos e o papel desempenhado por ambas as partes nesse relacionamento. A ousadia, se posso assim dizer, foi a de demonstrar que, além dos conceitos sociológicos, situacionais, jurídicos e mercadológicos, poder-se-ia considerar o conceito de público também sob uma