Extremidade distal cavalo
I. ANATOMIA
A extremidade distal dos membros do cavalo (fig. 1) é constituída pelo casco (epiderme) e por todas as estruturas que este envolve: córion (derme), almofada digital, falange distal, cartilagens laterais, articulação interfalangica distal, extremidade distal da falange média, osso navicular, diversos ligamentos, tendões de inserção dos músculos flexor digital superficial e profundo, vasos sanguíneos e nervos. No bordo coronário, união entre a pele e a extremidade distal, o casco é contínuo com a epiderme (camada mais externa da pele) e o córion com a derme (camada interna da pele).
1. CASCO
O casco é uma camada cornificada e insensível de epiderme que cobre a extremidade distal do membro. Este cumpre as funções normais da epiderme ao proteger as estruturas sensíveis subjacentes da fricção, do frio e do calor extremos (a sua composição córnea conduz mal o calor), da desidratação e da infecção. Para além destas, tem ainda funções especializadas relacionadas com o suporte do peso e o amortecimento, diminuindo assim o impacto sobre as restantes estruturas.
As partes constituintes do casco são a taipa (ou muralha), as barras, a linha branca, a sola (palma) e a ranilha (fig. 5).
a) Taipa e Barras A taipa corresponde à parede do casco, estendendo-se do bordo coronário até ao solo. Tem forma cónica e, para fins descritivos, divide-se em pinça, ombros, quartos e talões, apesar de não existir uma divisão natural entre estas estruturas (fig. 2). Para permitir a expansão e elasticidade do casco, a taipa não forma um círculo completamente fechado, dirigindo-se para dentro e para a frente na região dos talões, onde constitui as barras. Estas apresentam uma forma de cristas entre a sola e a ranilha e têm como funções ajudar a suportar o peso e aumentar a superfície de carga e a resistência dos talões.
A superfície externa da taipa é lisa e convexa, estendendo-se até ao solo em direcção