Extradição de Cesare Battisti
Análise e resumo da Reclamação 11.243 República Italiana Caso Cesare Battisti
Introdução
Cesare Battisti nasceu no ano de 1954 na Itália, na cidade de Sermoneta, uma vila industrial fundada em 1934 pelo regime de Mussolini. Filho e neto de comunistas, na casa onde ele morava havia na sala um retrato de Stalin que Cesare, quando pequeno, imaginava ser um santo católico.
Entre 1968 e 1971, ele acompanhou as atividades de militância do irmão mais velho, Giorgio, no Partido Comunista Italiano (PCI) e em sindicatos. Abandonou os estudos em 1971, afastando-se do PCI pouco tempo depois para aderir, ainda durante a adolescência, à Lotta Continua (LC), movimento da esquerda extraparlamentar italiana entre 1973 e 1979. Cesare Battisti foi preso pela primeira vez em 1972 por furto em Frascati. Em 1974, foi novamente preso e condenado a seis anos de prisão por assalto a mão armada. Libertado em 1976, foi preso novamente em 1977. Na prisão de Udine, conheceu Arrigo Cavallina, ideólogo do Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), que o introduz na organização.
Battisti passou a viver no meio clandestino de Milão, onde começou as atividades militares no PAC. Fundado naquele ano, o grupo deixaria de existir em 1979. Tratava-se de uma pequena organização regional, com cerca de sessenta membros, a maior parte deles de origem operária. O PAC era um grupo “fluido”, sem hierarquia, que assaltava mais para garantir o sustento de seus militantes do que para incentivar a expropriação de capitalistas. Era mais um dos cerca de 600 grupos com características semelhantes que atuaram entre 1969 e 1989.
Quatro assassinatos foram de autoria do PAC: o de Antonio Santoro, um agente penitenciário, morto em Údine, em junho de 1978, sob a alegação de maltratar prisioneiros; o de Pierluigi Torregiani, morto em Milão, em fevereiro de 1979; o de Lino Sabadin, morto em Veneza, no mesmo no dia, sob a alegação de ser simpatizante do fascismo e,