expulsao
Durante o século XVIII o Brasil foi o cenário de uma luta entre duas grandes forças: a igreja e o governo. Os jesuítas chegaram ao país em 1549, mais precisamente em Salvador (cidade fundada com ajuda deles), na Bahia, através da expedição de Tomé de Souza. Além de catequizar os índios, os jesuítas construíram colégios que iam do Ceará a Santa Catarina e foram muitos que deram o seu sangue pelos colégios, por Portugal e pelos indígenas. Com o decorrer do tempo a influência dos jesuítas ia crescendo e eles passaram a ter uma certa independência em relação ao Estado e até da própria igreja.
No quadro da política religiosa nacional, o século XVIII é dominado, sob a influência das Luzes e do Despotismo - em Portugal encarnados no Marquês de Pombal - pelo Regalismo e pelo Beneplácito Régio. O Regalismo manifesta-se na intervenção direta do Estado em matéria religiosa e na diminuição dos poderes do papa. A influência jansenista e galicana é notória, trazida pela influência do absolutismo francês e das tendências anti-romanas manifestadas por algum clero. O Beneplácito Régio, enquanto demonstração do Regalismo, está relacionado, em Portugal, com a supremacia da Secretaria de Estado em relação aos tribunais e instituições papais, cujos documentos (bulas, breves...) tinham que ser submetidos à apreciação do poder civil para respetiva execução.
É à luz destas duas manifestações iluministas reinantes na política religiosa em Portugal no tempo do Marquês de Pombal que ocorre a perseguição e expulsão dos Jesuítas, congregação religiosa com grande ascendente a todos os níveis no nosso País, principalmente depois da Restauração de 1640. Com claro domínio das esferas da corte, das missões, do ensino, da cultura intelectual, despertou a Companhia de Jesus desconfianças dos políticos e rivalidades de outras ordens religiosas e do clero secular. Estavam assim criadas as condições para a antipatia pombalina para com estes religiosos. Para Pombal,