Exposição pré-natal ao alcool como fator de risco para comportamentos disfuncionais
O abuso do álcool durante a gestação pode desencadear uma síndrome no feto, conhecida com Síndrome Fetal Alcoólica (SFA). Suas características são conhecidas desde 1968, e que se resumem em anormalidades neurológicas disfunções comportamentais, atrasos no desenvolvimento e deficiências intelectuais, gerados a partir dos danos ao Sistema Nervoso Central. Além destes estão inclusos o déficit do crescimento pré-natal e pós-natal e certas características faciais (como fissuras palpebrais curtas e lábio superior fino).
A pesquisa demonstra que o teratógeno (agente capaz de produzir dano ao embrião ou feto) “álcool” age de diversas maneiras, dependendo do tipo de célula cerebral e o estágio de desenvolvimento do embrião, podendo provocar: morte celular, interferir em funções celulares, prejudicar a formação de novas células, causar migração celular anormal e desorganização da estrutura do tecido celular, interferir com a produção de neurotransmissores e causar a formação anormal de sinapses nervosas.
As anormalidades geradas pela síndrome podem levar a sérios problemas cognitivos, emocionais e comportamentais secundários, mas que podem ser reduzidos ou eliminados por meio de intervenções adequadas.
Um dos primeiros estudos relacionados às conseqüências secundárias de tal síndrome foi realizado em 1996. O estudo, feito em 415 pessoas portadoras da Síndrome Fetal Alcoólica, mostrou que mais de 90% havia tido Problema de Saúde Mental, 60% havia tido Experiência Escolar Problemática, 60% havia tido Conflito Com a Lei, 50% havia tido Confinamento, 50% havia tido Comportamento Sexual Inadequado e 30% havia tido