. A perspectiva Endogenista também é conhecida por Evolucionista, pois, como o próprio nome já diz, nela aorigem do Serviço Social deu-se como evolução das formas de ajuda que já existiam, porém de forma não siste-matizada. Para os defensores dessa tese, a legitimidade da profissão ocorre apenas por meio da “especificidadeda sua prática profissional” (MONTAÑO, p. 54). Torná-la verdadeira, jurídica e socialmente, é estabelecer limitesàs demais profissões de maneira que caiba ao Serviço Social uma única e exclusiva especificidade.Dessa forma, para os Evolucionistas, ou Endogenistas, a prestação de serviços à população vulnerabilizada étrabalho específico do assistente social. Também o é a pesquisa social, como condutora de sua prática, a metodo-logia, os objetivos, os objetos de intervenção e as políticas sociais, seu campo de atuação.Há autores que consideram essa especificidade uma “grande ilusão”, como é o caso de Maria Lúcia Martinelli(apud Montaño, 2009, p. 55), isso porque todas as profissões são construídas com o propósito social definido, enas palavras de Martinelli “com uma identidade atribuída”. Assim, como conferir problemas da área da saúde,habitação, saneamento básico, educação, entre outros, a profissionais exclusivos do Serviço Social?Para os críticos desta concepção trata-se de uma “ilusão fetichizada”, conferindo ao assistente social o podersobrenatural e/ou mágico de solucionar problemas estruturais, sem discuti-los com as instâncias provocadorasdos mesmos.Montaño advoga que os defensores desses princípios o fazem por ansiedade, pois a mudança levaria o profissio-nal do Serviço Social à perda da estabilidade. Parece difícil aceitar a tese de que a legitimidade do Serviço Social recaia na ‘especificidade’ de sua prática, em especial em momentos nos quais espaços tradicionalmente ocupados por assistentes sociais estão sendo disputados com sociólogos, psicólogos sociais, terapeutas familiares e até pro- fissionais não ligados diretamente ao ‘social’: agrônomos,