EXPLICAÇOES PERSONALIDA

10334 palavras 42 páginas
A busca por explicações sobre a personalidade parece ter mobilizado as mais diversas áreas do conhecimento humano desde sempre e a tendência em classificar pessoas é tão antiga quanto a humanidade. Ninguém, absolutamente ninguém, deixa de classificara as pessoas que conhece, ainda que intimamente, involuntariamente e até inconscientemente. Todos nós temos uma espécie de arquivo subjetivo das pessoas que julgamos explosivas, simpáticas, sensíveis, desleais, preocupadas, ansiosas, mentirosas, amorosas e assim por diante.
Na Grécia, Hipócrates (460-377 a.C.), considerado o pai da medicina, classificava a personalidade em quatro tipos, de acordo com a presença de determinadas substâncias no organismo. No século XVII, o filósofo John Locke foi um dos primeiros a teorizar que a mente humana nasce vazia, como um papel em branco, e que a personalidade seria fruto das experiências. Logo depois, o francês Jean Jacques Rousseau criou o conceito do bom selvagem inspirado nas descobertas de povos indígenas nas Américas. Para ele os humanos nasceriam inocentes e pacíficos. Males como ganância e violência seriam produto da civilização.
Um dos aspectos da tendência universal de classificar os outros se baseia em traços da personalidade. Hipócrates começou com essa tendência classificatória através de sua teoria dos quatro humores corporais - sangue, fleuma, bile branca e bile negra – segundo a qual, a predominância de qualquer um desses quatro humores caracterizaria o temperamento das pessoas, bem como a inclinação para determinadas doenças.
O primeiro cientista da era moderna a estudar seriamente a questão da natureza versus criação foi o inglês Francis Galton (1822-1911), no fim do século XIX. Pioneiro no estudo de irmãos gêmeos, Galton, primo de Charles Darwin, pretendia mostrar que a inteligência e os talentos da elite intelectual inglesa eram passados de pai para filho.
No Renascimento e na era moderna, o debate se deu principalmente em torno do grau de participação que

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