experimental

Ciência utópica e critica: uma proposta de ação em psicologia da saúde
O conceito de utopia ?
A noção de utopia que o sociólogo Boaventura de Sousa santos (1986) desenvolveu me parece bem apropriada, pois ela se refere á “exploração de novas possibilidades e vontades humanas, por via da oposição da imaginação á necessidade do que existe, em nome de algo radicalmente melhor que a humanidade tem direito de desejar e porque vale a pena lutar”.
Trabalhar com o conceito de utopia significa acreditar que o ser humano tem o desejo de viver sob a filosofia do amorismo e do comunitarismo. O próprio viver exige a utopia, demanda pelo sonhar e pela esperança em milagres. Se assim não fosse, o que seria humildade? Para que rumo escuro nos encaminharíamos?
O segundo pressuposto que defendo é de que a visão de ciência, e a própria postura dos cientistas frente a ela, deve mudar com urgência. Deve haver um cambio no nível de consciência.
Isso exige uma postura de humildade frente ás teorias, aos fatos e ás pessoas. Afinal, o que é a verdade senão a compreensão humilde de que não sou nada nesse universo infinito sem o outro?
Conscientizar, na psicologia social critica da saúde, deve ser seguindo a proposta de Freire (1983), uma proposta dialógica na qual o psicólogo refaz, constantemente, seus atos cognoscentes, na cognoscibilidade das pessoas excluídas.
E para que esse processo se efetive dentro da psicologia social da saúde, precisamos abrir um canal por onde as pessoas oprimidas possam ter voz, possam falar. È através da fala das pessoas com menor capital social que podemos assumir uma atitude de humildade e perceber que somos “TODOS OS MESMOS, ISTO É, HUMANOS” e não deuses, como ilustra bem o desabafo que segue recolhido de entrevistas.