Experiencia humana: sua natureza
A EXPERIÊNCIA HUMANA: SUA NATUREZA
A atitude adequada para conhecer o fenômeno humano: uma disponibilidade às solicitações que a própria questão impõe.
1. O “eu em ação”.
Para compreender os fatores constitutivos da experiência humana, devemos partir de nós mesmos, de nossa experiência. Mas como identificar a mim mesmo sem correr o risco de me definir a partir de uma imagem ou preconceito? Partir de si é realista quando:
A própria pessoa é olhada em ação: observada na experiência cotidiana.
Quanto mais alguém está empenhado com a vida, mais percebe também em cada experiência os próprios fatores da vida, é um compromisso com a vida inteira, no qual tudo está compreendido: amor, estudo, política, dinheiro, sem esquecer nada. Ou seja, se quisermos nos conhecer, devemos partir do presente.
Partir da observação da experiência significa partir da observação de nós mesmos. Partir de si mesmo é realista apenas quando a própria pessoa é olhada em ação — perceberemos os fatores que nos constituem quando nos observamos em ação.
Um dos principais obstáculos ao conhecimento do próprio eu é a preguiça, pois não é correto assumir uma posição sem ter colocado em ação os elementos necessários para uma conclusão. O homem comprometido com a vida por inteiro (sem esquecer nada) pode se defrontar seriamente com a questão decisiva da existência: o sentido da vida.
2. Ao nível de certas perguntas: o compromisso com a vida.
Numa reflexão sobre a própria experiência, o homem descobre que ela é composta por duas dimensões:
a) dimensão material: um tipo de realidade quantitativamente descritível, mensurável, que apresenta-se de forma semelhante no homem e nos outros seres vivos;
b) dimensão espiritual ou intelectual: há um conteúdo que não se identifica com a materialidade = idéia, juízo e a capacidade de tomar decisões.
O eu - é composto por 2 dimensões, e negligenciar uma delas é negar a evidência da experiência. A experiência humana é do fator