Expansão da energia de energia
Apesar de alguns analistas insistirem, erroneamente, em classificar as hidrelétricas como não-renováveis, por provocar alterações no curso natural dos rios (a partir da construção de barragens) e eventuais impactos à população ribeirinha, o fato é que essa fonte continuará sendo elemento chave para a nossa estratégia de expansão de oferta de energias limpas. Estudo da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) mostra que as hidrelétricas respondem, sozinhas, por quase 15% da matriz energética brasileira, bem acima da média mundial, de 2,3%.
Segundo o consultor Eduardo José Bernini, o Brasil ainda está muito aquém de esgotar o seu potencial hidráulico. Além dos grandes projetos de usinas hidrelétricas em desenvolvimento na bacia Amazônica - Santo Antonio (3.150 MW), Jirau (3.300 MW) e Belo Monte (11.233 MW) - , Bernini aposta na retomada dos investimentos em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), segmento que, por causa das dificuldades relacionadas à obtenção de licenciamento ambiental e dos altos custos de equipamentos e da construção civil, encontra-se em desvantagem competitiva em relação às demais fontes renováveis já em uso comercial no Brasil.
"É preciso que haja um esforço maior do governo na criação de políticas públicas que ajudem a revitalizar o setor de PHCs no País", diz Bernini.
Para o consultor, ainda em relação aos recursos naturais, não se pode deixar de citar a grande capacidade agrícola do País, considerado um dos maiores celeiros do mundo. A abundância de terras agricultáveis permite que o Brasil produza insumos de extrema importância ao setor energético, como o etanol, a biomassa e biodiesel, sem que haja comprometimento na oferta de alimentos.
"Diferentemente de alguns outros países, no Brasil a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos", afirma ele, que cita como exemplo o atual dilema enfrentado pelos Estados Unidos, onde o milho usado na fabricação de etanol também é fonte