Exodo rural
Qua, 28 de Setembro de 2011 10:46 Tangriany Pompermayer Coelho
Exôdo rural entre a juventude se agrava no Brasil
Seminário na Assembleia debateu políticas para evitar êxodo da juventude rural
Debate antigo, o êxodo rural de jovens é uma realidade cada vez mais presente no Brasil. O desenvolvimento territorial está afetando diretamente esta camada da população, que se vê em constante dilema pessoal entre o campo e a cidade. Ao chegar aos centros urbanos, muitos ficam vulneráveis e não raro são tentados ao mundo do crime. Autoridades federais e gaúchas iniciaram um novo processo de redefinição das políticas públicas necessárias para atender de forma igualitária a juventude rural e urbana. O primeiro debate ocorreu nesta segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1996 e 2006 o número de jovens com até 29 anos que deixaram o campo chegou a três milhões. “Nos jovens rurais está depositada a continuidade da atividade agrícola das famílias do campo, que são responsáveis pela capacidade produtiva do país e em manter a soberania alimentar do Brasil”, alerta a coordenadora de Desenvolvimento Humano do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ana Tereza Ferreira.
O principal problema da migração dos jovens para o campo é a falta de acesso a bens culturais e a falta de autonomia no campo, explica a coordenadora. “O campo envelheceu e os jovens rurais também querem ter acesso aos bens das demais juventudes. Na sua atividade no campo eles não são autônomos e precisam dividir a renda com o pai, dono da propriedade. Com as mulheres a subordinação é ainda maior”, salienta.
Ainda de acordo com o IBGE, os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos têm um nível de escolaridade 50% maior do que os que moram no campo. A diferença entre os analfabetos é seis vezes maior no meio rural, por isso, a busca para uma vida melhor na cidade está na esperança de uma elevação