Existencialismo
INTRODUÇÃO
Este não foi o primeiro livro que tentei escrever. O difícil não é escrever, é possuir títulos acadêmicos que autentiquem o que se escreve, assim, muitas idéias e mesmo verdadeiras obras-primas têm-se perdido pelo mundo afora, porque quem as escreveu era: quem mesmo?!
De qualquer forma, resolvi escrever, motivado pela pressão da existência sobre mim. Existir não é fácil, ser ao invés de não-ser constitui-se um salto inimaginável. Num instante não se é, noutro se é, e, ainda noutro, não se é novamente, pelo menos do ponto de vista físico. Somos então, apenas um breve intervalo de existência entre duas inexistências? Ou um pequeno lapso material no contínuum de uma só existência imaterial, infinita e por isso, eterna?
Assim como um verme que se debate numa calçada aquecida pelo sol, entre o amanhecer e o anoitecer, iniciamos e encerramos nossa aventura no divino barro adâmico ou na poderosa gosma evolucionista, inconsciente, irracional, porém e paradoxalmente inteligente, criadora, sustentadora e recicladora do universo?
Às vezes, você não se acha pequeno demais dentro deste imensurável universo? Ou sente-se um universo grande demais preso a um tão limitado, impotente e decadente corpo preso irremediavelmente à contagem ininterrupta do tempo, que escorre como a areia na ampulheta na mão da morte à espreita de todos nós? Bem-vindo à - ANGÚSTIA DE SER.
I – SER
Quando nos damos conta já somos! Assim, sem uma consulta pessoal, sem um questionário, um protocolo, um processo a ser analisado... De repente, um estranho corpo móvel e flagelado funde-se a outro, fixo e arredondado, e, eis aí então, fomos concebidos! Emergimos da vasta e silenciosa dimensão inexistente, trazendo na mala toda carga genética de que precisamos e que determinará com que cara nos apresentaremos no desembarque da estação chamada Mundo. Somos, pronto! Agora só nos