Exercício Físico e Adaptações Metabólicas
O fator que causa, sem dúvida alguma, o efeito mais notável sobre o metabolismo é o exercício intenso. Curtos períodos de contração muscular máxima em qualquer um dos músculos podem liberar, por poucos segundos de cada vez, até 100 vezes a quantidade de calor liberada no estado de repouso. Considerando-se todo o organismo, o exercício muscular máximo pode aumentar a produção global de calor em cerca de 50 vezes o normal durante poucos segundos ou, se mantidos por vários minutos, em cerca de 20 vezes o normal no atleta bem treinado, o que representa um aumento de 2.000% em relação ao metabolismo normal. Atletas treinados, especialmente no nível de elite, estão mais conscientes do resultado do metabolismo anaeróbico e aeróbico do que pessoas que não são atletas. As características genéticas e o treinamento são importantes no sucesso do atleta, porém uma compreensão aguda da fisiologia e do metabolismo é igualmente importante. Para planejar a nutrição adequada para o desempenho, um atleta sério deve compreender a natureza do metabolismo e como ele se relaciona ao esporte escolhido. A musculatura, ao trabalhar, tem quatro diferentes fontes de energia disponíveis após um período de repouso:
1. A creatina fosfato, que reage diretamente com o ADP na fosforilação em nível de substrato para produzir ATP.
2. A glicose derivada dos depósitos musculares de glicogênio, consumida inicialmente pelo metabolismo anaeróbico.
3. A glicose do fígado, derivada tanto de depósitos de glicogênio quanto da gliconeogênese a partir do ácido láctico produzido no músculo (ciclo de Cori), novamente consumida inicialmente pelo metabolismo anaeróbico.
4. Metabolismo aeróbico nas mitocôndrias musculares. Inicialmente, todas as quatro fontes de energia estão disponíveis para o músculo. Quando a creatina fosfato esgota-se, restam apenas as outras fontes. Quando o glicogênio muscular termina, o estímulo anaeróbico fornecido por ele diminui