Exercicios Política
A CONCEPÇÃO HEGELIANA DE ESTADO PARA O CONTEXTO POLÍTICO
ATUAL DA AMÉRICA LATINA
José Aldo Camurça de Araújo Neto
RESUMO
Este artigo tem como finalidade expor duas concepções de Estado: um no âmbito filosófico, e outro no âmbito político. Na filosofia, tentaremos expor como Hegel concebia o Estado enquanto verdadeiro fundamento da liberdade. Depois, analisaremos como o conceito hegeliano de Estado se aplica hoje na atual conjuntura política da América Latina face ao processo de globalização que ocorre em nosso continente.
Palavras–Chave: Estado; Hegel; Liberdade; Globalização.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a discussão acerca da viabilidade ou não do processo de globalização na América latina, vem pautando tanto os discursos no âmbito político quanto o da opinião pública. Medidas como a privatização de órgãos públicos, o predomínio do capital estrangeiro em detrimento à economia nacional, a importância que a imprensa dá ao mercado financeiro como “balcão de negócios do mundo” (no sentido da intensa relação de compra e venda de ações) que influencia a vida das pessoas, diariamente, têm manifestado nos países subdesenvolvidos (países do continente africano, América Central e os da
América Latina) reações contrárias a este processo de exclusão social que ocorre nestes países.1 Todavia, essa concepção negativa do Estado, que conhecemos hoje no contexto atual da globalização, nem sempre foi visto desta maneira. Com o declínio do sistema feudal, por exemplo, o rei (atrelado mais tarde, com a burguesia) viu-se obrigado a manter unido o seu reino que estava bastante fragmentado. Nesse sentido, estes territórios passaram a ter moeda única, exército único criando, assim, um sentimento de pertencimento àquela terra, a saber, um sentimento de nacionalidade. Desse modo, todo este processo de mudança de mentalidade por parte dos reis desembocaria, mais tarde, na
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