Evolução Histórica da Propriedade com base nos ensinamentos de JJ Rousseau
Nos primórdios da humanidade, o ser humano se assemelhava menos a nós do que a um animal selvagem.
Nesta lógica, era desnecessário o acúmulo de bens, já que sua preocupação, meramente instintiva, era saciar as necessidades momentâneas, como a fome, o frio, o sono e a reprodução.
Naturalmente, à medida que a natureza exigia certos sacrifícios, o homem, e ainda estamos falando do homem instintivo, passou a se utilizar de “ferramentas” para aumentar sua força, como por exemplo, galhos de árvores e pedras para facilitar a caça ou a autodefesa em face de animais mais robustos.
Percebendo que isso ajudou a melhorar seu desempenho - e aqui passamos a ter os primeiros resquícios de raciocínio - o homem passou a juntar duas pedras e um galho para criar sua própria ferramenta, superior àquela encontrada no estado natural.
A diferença dos terrenos, dos climas, das estações, forçou-os a estabelecê-la na maneira de viver. Anos estéreis, invernos longos e rudes, verões escaldantes, que tudo consomem, exigiram deles uma nova indústria. Ao longo do mar e dos rios, inventaram a linha e o anzol, e se tornaram pescadores e ictiófagos. Nas florestas, fizeram arcos e flechas, e se tornaram caçadores e guerreiros. Nos países frios, cobriam-se de peles de animais por ele mortos. O trovão, um visão, ou qualquer feliz acaso, lhes fez conhecer o fogo, novo recurso contra o rigor do inverno: aprenderam a conservar esse elemento, depois a reproduzi-lo, e enfim a preparar nele as carnes, que antes devoravam cruas. (Discurso sobre a origem da desigualdade –J-J Rousseau página 93)
Este raciocínio foi se aprimorando com o passar do tempo, e fez com que o homem desenvolvesse a linguagem, possibilitando a interação entre eles, ainda que de forma extremamente precária.
Segundo o já citado Jean-Jacques Rousseau, um dos mais iluminados pensadores da história, em sua aclamada obra, “Discurso sobre a origem