Evolucionismo
Apesar de Tylor sempre reafirmar a igualdade biológica da espécie humana, o evolucionismo acabou fornecendo munição para os racistas ao construir uma escala de evolução. Esta escala foi interpretada como um sistema hierarquizado de classificação das diferentes sociedades humanas, agravada pelo uso inadequado do conceito de raça e de sua divisão em superiores e inferiores. As criticas ao evolucionismo que surgiram posteriormente se centraram na suposição de que o desenvolvimento das sociedades humanas se dera mediante uma única linha, daí o termo evolucionismo unilinear. Em outras palavras, cada sociedade deveria passar pelas mesmas etapas de evolução que foram ultrapassadas pelas sociedades do mundo ocidental. Ou seja, com a invenção da roda foi considerada um fator decisivo para o desenvolvimento da civilização ocidental, ela foi considerada como pré-requisito para o desenvolvimento de qualquer civilização. Os Astecas construíram uma enorme civilização sem jamais ter inventado a roda. Do ponto de vista da metodologia da pesquisa, o evolucionismo significou a hegemonia do trabalho de gabinete, com a utilização exclusiva de fontes secundarias para a elaboração dos seus trabalhos. Tylor, por exemplo, preocupava-se em fazer uma critica exaustiva das fontes que consultava, procurando assegurar a veracidade dos fatos narrados e, muitas vezes, expurgando-os de seus exageros. A primeira crítica boasiana a tais pressupostos reside no fato de que a mentalidade humana não é algo uniforme e obedece a um conjunto determinado de leis, tampouco os são os possíveis caminhos para o desenvolvimento das sociedades:
As idéias não existem de forma idêntica por toda parte: elas variam. Tem-se acumulado material suficiente para mostrar que as causas dessas variações são tanto externas, isto é, baseadas no ambiente (…), quanto internas, isto é, fundadas sobre condições psicológicas. A influência dos fatores externos e internos