Evangelista de souza
A infância e a juventude
Natural da vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio Grande, à época distrito de Jaguarão, na então Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, atual Rio Grande do Sul, era filho de João Evangelista de Ávila e Sousa e de Mariana de Jesus Batista de Carvalho, sendo neto paterno do fundador da freguesia, Manuel Jerônimo de Sousa.
Aos cinco anos de idade, em 1818, Irineu ficou órfão de pai (1818), assassinado por ladrões de gado. Em 1821, sua mãe, Mariana de Jesus Batista de Carvalho, vem a se casar com João Jesus. Todavia, como o novo esposo não desejava conviver com os filhos do primeiro casamento da viúva, a filha mais velha, Guilhermina, foi obrigada a casar com apenas doze anos de idade. E Irineu, aos oito anos, foi entregue para a guarda de um tio — Manuel José de Carvalho (Arroio Grande, 1802 – Rio Claro, 1 de novembro de 1875).
Nesse período inicial de guarda com seu tio, Manuel José de Carvalho, no interior de São Paulo, Irineu foi alfabetizado. Aos nove anos de idade, Irineu seguiu com outro tio, José Batista de Carvalho, comandante de embarcação da marinha mercante, que transportava em seu navio couros e charque do porto do Rio Grande para o Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil.
No Rio de Janeiro, em estabelecimento comercial situado na Praça do Comércio, Irineu foi empregado, por indicação do tio, aos nove anos de idade, e ali se ocupou como caixeiro do armazém, das sete horas da manhã às dez da noite, a troco de moradia e comida. Aos onze anos foi trabalhar no comércio do português Antônio Pereira de Almeida (1824), onde se vendiam desde produtos agrícolas até escravos — essa última a maior fonte de renda do comerciante —, de quem se tornou empregado de confiança, vindo a ser promovido, em 1828, a guarda-livros.
Diante da falência do comerciante, na crise do Primeiro Reinado (1822-1831) do Império do Brasil (1822-1889), liquidou as dívidas do patrão.