euzinho
Fátima Salles e Vitória Faria
Pressupostos e concepções norteadoras
Neste capítulo discutiremos as múltiplas possibilidades de descoberta, apropriação, transformação e produção de conhecimentos pelas crianças em uma
Instituição de Educação Infantil, trazendo elementos que possam subsidiar a construção de um currículo, no processo de elaboração da Proposta Pedagógica.
Na nossa discussão, partiremos da premissa de que a criança é sujeito sóciohistórico-cultural, cidadão de direitos e, simultaneamente, um ser da natureza que tem especificidades no seu desenvolvimento, determinadas pela interação entre aspectos biológicos e culturais, que geram necessidades também específicas.
O que significa considerar a criança como sujeito?
Considerar a criança como sujeito é levar em conta, nas relações que com ela estabelecemos, que ela tem desejos, ideias, opiniões, capacidade de decidir, de criar, de inventar, que se manifestam, desde cedo, nos seus movimentos, nas suas expressões, no seu olhar, nas suas vocalizações, na sua fala. É considerar, portanto, que essas relações sempre têm dois lados— de um lado o adulto e do outro a criança. São, portanto, relações dialógicas — entre o adulto e a criança — que possibilitam a constituição da subjetividade da criança como também contribuindo na contínua constituição do adulto como sujeito.
Ao juntarmos ao substantivo sujeito os adjetivos sócio, histórico e cultural, estamos afirmando que desejos, vontades, opiniões, capacidade de decidir, maneiras de pensar, de se expressar e as formas de compreender o mundo são construídas historicamente na cultura do meio social em que vive a criança. Significa dizer que cada ser humano que chega ao mundo traz consigo a história da humanidade e da cultura, erguida ao longo de muitos séculos.
Além disso, a criança constrói uma história pessoal, que vai se fazendo