Eutanásia
A Eutanásia não é um problema recente e está ligado não só com os desenvolvimentos na medicina, como também com doentes em situações graves. Ao longo do tempo, este dilema tem persistido e desafiado diferentes ideológicas. Na Grécia antiga não era considerada um problema pois a concepção da vida era diferente da nossa – uma vida de má qualidade não é digna de ser vivida – e por isso tanto a eutanásia como o eugemismo (eliminação não dolorosa de pessoas consideradas como inaptas para a vida em sociedade, sendo essas pessoas, maioritariamente, doentes mentais e/ou deficientes) não chocavam a sociedade.
No século XVI, Thomas More publicou a sua utopia onde retractava a eutanásia como uma instituição importante de uma comunidade ideal imaginária. Nos séculos seguintes, filósofos como David Hume e Stuart Mill puseram em questão a base religiosa da moralidade e, assim, a proibição da eutanásia.
No século XVIII, Emmanuel Kant apesar de acreditar que as verdades morais se fundiam na razão e não na religião pensava que “o homem não pode ter poder para dispor da sua vida”. Desde aí, aqueles que defendem a prática da Eutanásia apresentam, como principais razões, a misericórdia para com doentes nos quais já não há esperança, mas sim um grande sofrimento.
No entanto, Hipócrates representa uma excepção notável: proibia aos médicos quaisquer formas de ajuda ao suicídio. A palavra “eutanásia” foi criada em 1623 por um médico inglês, Dr. Bacon.
No princípio do século XIX, a eutanásia voltou para o centro do debate social devido aos significativos progressos da medicina ao nível dos tratamentos físicos e do prolongamento da vida que levaram o Estado, a comunidade médica, os filósofos e os teólogos a debater o tema da qualidade de vida e dos direitos para um ser humano determinar o momento em que a sua qualidade de vida é insignificante ao ponto de se tornar lícito e aceitável finalizar o sofrimento.
A partir de 1973, um conjunto de casos jurídicos