Eutanásia

1. O QUE É A EUTANÁSIA
“Se não o resolvermos ficamos sem autoridade moral para continuar a condenar a eutanásia como homicídio”
(Daniel serrão)

Para melhor entender o que é a eutanásia, é necessário analisar a etimologia da palavra. “Eutanásia” provém de duas palavras gregas ― eu e thanatos ― e significa, literalmente, " boa morte". Atualmente, falar-se-á em “morte misericordiosa”, ou seja, uma pessoa acaba com a vida da outra mas para o bem desta.
Não obstante, a eutanásia implicar tirar a vida de alguém isto acontece para benefício da pessoa cuja vida pertence por sofrer de uma doença terminal. É exactamente isso que distingue a eutanásia do homicídio ou do suicídio.
Todas as sociedades defendem um princípio que impeça de tirar a vida a outra pessoa. No entanto, se recuarmos até ao tempo dos gregos e/ou romanos práticas como o infanticídio, o suicídio e a eutanásia eram legais e até normais. Os historiadores concordam que o judaísmo e o cristianismo contribuíram para um pensamento que defende que a vida não deve ser intencionalmente tirada pois, tirar uma vida humana, é o mesmo que apoderar-se do direito de Deus de dar e tirar a vida.
Muitos filósofos, ao longo dos séculos, colocaram em questão os fundamentos da religião face à proibição do suicídio, infanticídio e eutanásia; contrariamente, o filósofo alemão Immanuel Kant, embora fundamentasse as verdades morais recorrendo à razão e não à religião defende que “o Homem não pode ter poder para dispor da sua vida”.
Atualmente, muitos filósofos contemporâneos sustentam que a eutanásia é moralmente defensível. A oposição religiosa oficial no entanto manteve-se inalterada, e a eutanásia ativa continua a ser um crime em muitas nações. Nas restantes, um conjunto de casos jurídicos estabelecem as condições de acordo com as quais os médicos, e apenas os médicos, podem praticar a eutanásia: a decisão de morrer deve ser a decisão voluntária e reflectida de um paciente informado; tem de existir sofrimento