Eutanasia
Nos dias de hoje a lógica hedonista do mundo faz com que muitos acreditem que não seria uma vida digna de ser vivida aquela que não é mais capaz de conseguir provar o prazer. Ao hedonismo se junta uma postura utilitarista e aí a "qualidade de vida" é interpretada como eficiência econômica, consumismo desenfreado, beleza e prazer da vida física, esquecendo as dimensões mais profundas da existência, como são as interpessoais, espirituais e religiosas.
Sabe-se que muitas vezes o pedido da eutanásia vem do próprio paciente, normalmente portador de uma doença incurável. O que explica esse pedido é a existência de um quadro de dor física, neurológica, ou ainda um sofrimento, um quadro depressivo que impede que o paciente consiga enxergar algo de positivo ao seu redor. Pode ser até mesmo o esgotamento do projeto de vida, quando o indivíduo está convencido de sua inutilidade, acreditando que a morte seja a única saída.
Para os quadros de dor física existem tratamentos médicos possíveis. Para os outros sofrimentos, psicológico e de perda de sentido, problemas mais complexos porque são sintomáticos de toda uma história de vida, também existem tratamentos, não só os oferecidos pela Psicologia, mas todas as ações que visem amparar o doente e ajudá-lo a resgatar o sentido e o valor da vida, resgatar o que vem a ser verdadeiramente "saúde".
O Papa João Paulo II, poucas semanas antes de morrer, dirigiu à Pontifícia Academia Para a Vida uma mensagem onde lembrava que quando falamos de saúde desejamos fazer referência a todas as dimensões da pessoa, na sua unidade harmônica e recíproca: a dimensão corpórea, psicológica, espiritual e moral.
Esta última dimensão, a moral, não pode ser descuidada, ainda segundo o Papa.
Cada pessoa tem uma responsabilidade a respeito da própria saúde e daquela de quem ainda não alcançou a maturidade ou já não tem a capacidade de administrar a sua própria saúde. A circunstância em que se