Eutanasia
“Caímos tão fundo, que atrever-se a proclamar aquilo que é óbvio se transformou em dever de todo o ser inteligente”.(George Orwell)
Existe uma visão que consiste em olhar para a vida de uma forma utilitária, com base numa concepção egoísta e em critérios apenas econômicos: se uma vida não é útil, se não é produtiva, se não proporciona todo o prazer, então não tem razão de ser. Pode eliminar-se, como se elimina um automóvel velho ou sem conserto, um par de sapatos estragados. A grande questão da eutanásia não consiste em se cada pessoa pode, ou não, ter a liberdade de escolher o seu destino. E também não reside em se uma pessoa pode pedir a outra que a mate. A questão está em que o triunfo desta visão utilitária da vida que levaria à eliminação de pessoas que, não querendo elas mesmas acabar com a vida, são consideradas inúteis por uma sociedade que se tornou materialista (a decisão é transferida para os médicos e para os familiares, e para os parlamentos, que muitas vezes estão ansiosos por se verem livres de um fardo).
2- O QUE É A EUTANÁSIA?
A eutanásia é o ato de, invocando compaixão, matar intencionalmente uma pessoa. A palavra "EUTANÁSIA" é composta de duas palavras gregas, "eu" e "thanatos", e significa literalmente "uma boa morte". Na atualidade, entende-se geralmente que "eutanásia" significa provocar uma boa morte ,"morte misericordiosa", em que uma pessoa acaba com a vida de outra pessoa para benefício desta. Este entendimento da palavra realça duas importantes características dos atos de eutanásia. Primeiro, que a eutanásia implica tirar deliberadamente a vida a uma pessoa; e, em segundo lugar, que a vida é tirada para benefício da pessoa a quem essa vida pertence (normalmente porque ela ou ele sofre de uma doença terminal ou incurável). Isto distingue a eutanásia da maior parte das outras formas de retirar a vida.
Todas as sociedades que conhecemos aceitam algum princípio ou princípios que proíbem que se tire a vida. Mas há grandes