Eutanasia Povos Antigos
O COMPORTAMENTO DOS POVOS ANTIGOS
A eutanásia era praticada por diversos povos primitivos. Na Grécia antiga por exemplo, Platão e Sócrates já advogavam a tese da “morte serena”, a eliminação da própria vida para evitar mais sofrimento das pessoa doentes, enfermas, que se encontravam diante de um quadro clínico irreversível, passando por terríveis dores e sofrimento. Platão, Sócrates e Epicuro defendiam portanto a ideia de que o sofrimento resultante de uma doença dolorosa justificava o suicídio.
Em Atenas, o Senado tinha poderes para decidir sobre a eliminação de velhos e doentes incuráveis, dando o conium maculatum – que era uma bebida venenosa, em cerimônias especiais.
Na cidade de Marselha, por exemplo, existia um depósito público à disposição de todos que pretendessem suicidar-se.
Os gestos dos Césares voltando para baixo o polegar (“pollice verso”) nos circos romanos, equivalia à prática da eutanásia. Os infelizes gladiadores, mortalmente feridos nos combates viam, assim, abreviados os sofrimentos pela compaixão real.
A eutanásia e o suicídio aparecem até mesmo na Bíblia: O Rei Saul, ferido em batalha, lançou-se sobre a sua própria espada com a intenção de se matar, mas não conseguiu. Depois ordenou que lhe tirassem a vida.
No Novo Testamento consta que no calvário os soldados romanos deram a Jesus uma esponja embebida de vinagre, que foi por ele recusada. Segundo Cícero, este ato foi piedoso e visava minimizar o sofrimento de Cristo, pois a bebida oferecida seria o vinho da morte, uma mistura de vinagre e fel que “produzia um sono profundo e prolongado, durante o qual o crucificado não sentia os castigos, passando à morte insensivelmente”.
Na Idade Média, dava-se aos guerreiros feridos um punhal afiadíssimo, chamado “misericórdia”, que lhes servia para evitar o sofrimento e a desonra
Assim, admitida na Antiguidade, a eutanásia só foi realmente condenada a partir do judaísmo e cristianismo, em cujos princípios a vida tem caráter sagrado.
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