eutanasia em curitiba
A chefe da UTI do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (PR), um dos mais importantes do Paraná, foi presa no dia 19 de fevereiro. Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, é suspeita de ter praticado eutanásia (antecipar o óbito) em pacientes da unidade onde trabalhava desde o ano de 2006.
É importante, neste ponto, diferenciar eutanásia e ortotanásia. Ortotanásia é o nome dado ao processo em que um paciente terminal não é mais submetido aos procedimentos que evitam sua morte (remédios, tratamentos invasivos), submetendo-se-o, apenas, a cuidados básicos que amenizam a dor e diminuem o sofrimento. Esse processo só ocorre com o consentimento da família junto aos médicos responsáveis. A eutanásia, em seu conceito original, é a prática pela qual se abrevia a vida de um doente incurável. A ortotanásia é permitida, no Brasil, por lei, desde 13/04/2010, enquanto que a eutanásia é proibida, e, portanto, crime.
As investigações iniciaram a partir da denúncia feita, há um ano, por um funcionário da UTI, que procurou a ouvidoria pública e contou que pacientes em coma tinham os aparelhos de respiração ajustados para o mínimo e eram usados medicamentos que causavam paralisia neuromuscular, bloqueando as vias respiratórias, a fim de acelerar o óbito dos internos. Fazem parte do inquérito inúmeras horas de gravações telefônicas, cujas transcrições dão conta de que o procedimento criminoso era algo corriqueiro na unidade, e envolvia várias pessoas. Uma das questões levantadas na investigação foi a motivação para a prática, tendo surgido a hipótese de que a médica assim agia para vagar leitos a pacientes de convênios e particulares.
Além de Virgínia, foram indiciados, também, a médica Maria Israela Boccato, a enfermeira Laís da Rosa e outros dois anestesistas da equipe: Edison Anselmo e Anderson de Freitas. Em entrevistas, os dois médicos afirmam sua inocência, e alegam não ter participado, e sequer presenciado qualquer um dos fatos que