Eurasianismo Perspectiva
Uma crítica liberal
Renan Santos
Movimento Renovação Liberal
“Houve um tempo em que o Ocidente teve sua própria Tradição. Perdeu-a parcialmente. Foi contaminada parcialmente por germes venenosos. O Ocidente deveria fazer uma busca em suas profundas raízes ancestrais, mas essas raízes levam ao mesmo passado indo-europeu eurasiano, o glorioso passado dos citas, dos celtas, dos sármatas, dos alemães, eslavos, hindus, persas, romanos e suas sociedades holísticas, sua cultura guerreira e hierárquica e aos seus valores místicos e espirituais que nada tinham em comum com a atual e degenerada civilização mercantil e capitalista. “
Aleksandr Dugin
Em toda história, não há nada tão recorrente nos grandes debates intelectuais quanto a oposição entre ordem e caos. Desde atomistas na Grécia pré-socrática, como Leucipo e Demócrito, até teóricos da física quântica, como Niels Bohr e Werner Heisenberg, a idéia da imprevisibilidade e do caos das partículas foi amplamente abordada, encontrando forte oposição dos defensores de uma visão holística e previsível do universo. A concepção do cosmos enquanto uma orquestra sinfônica, regida por regras fixas e mecanismos deterministas sempre me pareceu uma hipótese mais atraente - em grande parte pelo aspecto profundamente teológico que carrega. Já dizia Einstein que “Deus não joga com dados” , e sob tais circunstâncias, a previsibilidade da ação humana, seja no processo histórico, seja nas leis econômicas, atraiu toda sorte de filósofos e gurus.
O pensamento de Marx pode ser considerado o exemplo mais notável de uma visão monista e determinista da ação humana no processo temporal. A doutrina do fluxo perpétuo de Heráclito, profundamente arraigada nos ensinamentos de Hegel ( já dizia o filósofo alemão : “Não existe frase de Heráclito que eu não tenha usado em minha Lógica”) perfaz uma consistente base teórica para o materialismo histórico marxista. Era possível