Eugenio Gudin e Simonsen
O debate entre Eugênio Gudin e Roberto Simonsen iniciou a partir do planejamento na economia brasileira, ocorrido durante o primeiro governo de Getúlio Vargas e contemplavam o papel do Estado, desenvolvimento e planejamento. No contexto mundial, os tempos eram duros. O mundo enfrentava graves turbulências, como a crise de 1929 e duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945). O impacto fora tão avassalador que redefinira, no plano internacional, as relações políticas e econômicas entre as nações. Novos organismos multilaterais foram criados, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. A conjuntura planetária era pautada por um quadro geopolítico de supremacia dos Estados Unidos. No interior de cada país, alteraram-se também as relações entre Estado, sociedade e economia.
Nesta polêmica Simonsen defendia a intervenção do Estado na economia e a necessidade da industrialização para o aumento da renda nacional (visão desenvolvimentista), enquanto para Gudin deveria ser extinta a intervenção na economia, os capitais estrangeiros deveriam circular pelo país livremente (visão liberalista).
Naquele contexto, onde o mundo passava por uma crise e, o Brasil deveria se industrializar para competir no mercado externo com força, sendo assim, Simonsen apresentou o melhor planejamento. Porém, para obter-se uma grande competitividade com os produtos importados e uma grande planta industrial, o governo precisaria de capital estrangeiro, como foi apontado por Gudin.
A discussão a cerca da intervenção do Estado na economia é recorrente, visto que a cada crise passada, as organizações buscam apoio no Estado para se reerguerem. E este apoio, alavanca o processo de industrialização brasileira até hoje, pois o governo fornece cenários favoráveis nas políticas fiscais, para proteger a indústria.