Eugenia no Brasil
RAÇA PURA
Virginia Sales Gebrim*
DIWAN, Pietra. Raça pura: Uma História da Eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2007. 159p.
E
m seu livro, Raça Pura, a historiadora Pietra Diwan revela a constituição histórica da eugenia no mundo, trazendo à tona as relações entre os conceitos científicos e a ideologia dominante nos séculos XIX e XX.
È na Inglaterra, no final do século XIX que a eugenia nasce, se estruturando nos Estados Unidos e se espraiando por toda a América, no século XX. A idéia da eugenia, proposta pelo médico inglês Francis
Galton no século XIX, trazia uma forte inspiração nas teorias de Charles
Darwin, que havia lançado a “origem das espécies”.
Pois é, quem imaginava que a eugenia começaria por aí? Na nossa vã filosofia o grande mentor da ideologia da raça pura teria sido Adolf
Hitler, que inclusive, promoveria a idéia de que a raça ariana era uma raça
“superior”. Ocorre que, como mostra a autora, a história não foi esta. A teoria de Darwin, a seleção natural das espécies, na qual os mais fortes é que sobrevivem, foi um argumento muito utilizado pelos eugenistas o destino dos “mais fracos” já estava previsto: não sobreviveriam.
Os eugenistas, como mostra a análise de Diwan, defendiam a idéia de que os “bem-dotados biologicamente” deveriam ser encorajados, estimulados por meio de programas governamentais, a se unirem, a se reproduzirem, pois isto provocaria, cada vez mais a disseminação de pessoas”saudáveis”, bem-dotadas, do ponto de vista biológico. Por educ , Goiânia, v. 10, n. 2, p. 291-292, jul./dez. 2007.
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outro lado, havia uma espécie de pressão para desestimular a união de pessoas consideradas “inferiores, como ocorreu nos Estados Unidos, no concurso”Fitter Families”. As famílias eram postas a inúmeras provas, a fim de serem avaliadas do ponto de vista físico e mental. Como prêmio dado as bem sucedidas neste concurso era dado a medalha da
“boa herança”.
E o Brasil? Como revela