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Por alguns meses em 2009, David Nutt foi o farmacologista mais famoso na Grã-Bretanha. Como presidente do Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas (ACMD), ele era responsável por assessorar o governo sobre os perigos apresentados por diferentes tipos de substâncias ilegais. Ele publicou um artigo científico polêmico, onde e comparou os riscos de tomar ecstasy com os decorrentes da equitação. No artigo, Nutt afirmava que praticar equitação era várias vezes mais arriscado.
Na época, ele foi publicamente repreendido pelo ministro do Interior, Jacqui Smith, por motivos óbvios, sob o argumento que as duas atividades não são comparáveis. No ano seguinte, com outro estudo, Nutt chegou à conclusão de que o álcool era uma substância mais nociva do que LSD e o Ecstasy. Alan Johnson, sucessor de Smith, respondeu, removendo o professor Nutt da comissão.
Teoricamente, as regras da Grã-Bretanha referentes às drogas se concentram na ideia de redução de danos, com drogas ilícitas classificadas em três categorias, dependendo do quanto elas são perigosas para os seus usuários, e para a sociedade como um todo. Na prática, porém, poucos políticos são capazes de resistir à popularidade dessa jornada moral alarmista. É esta hipocrisia e, talvez, um pouco de orgulho, que inspirou o professor Nutt a escrever seu livro, “Drugs Without the Hot Air: Minimising the Harms of Legal and Illegal Drugs”
O professor quer que a Grã-Bretanha, que, antes da década de 1970, teve políticas de drogas que parecem impossíveis de serem honradas hoje, faça uma análise mais sóbria dos riscos apresentados pelos medicamentos individuais antes de decidir se quer ou não bani-los. Ele argumenta que os pronunciamentos do governo sobre os perigos das drogas ilegais são histéricas e exageradas, e, portanto, prejudicam a sua credibilidade. E, uma vez