“Eu sou um monstro, não é? Eu sou arrogante, egoísta, ambicioso, pedante… Ah, eu me acho o máximo! Aí eu penso: Renato, você está dando uma de bonzinho, mas no fundo isso é vaidade, você é pior do que todo mundo. Meu Deus, e se for verdade? O Grande Arquiteto do Universo lá é que sabe. Eu tento. Eu sou muito jovem, isso realmente vem com o tempo, eu já não fico mais tão nervoso. Mas eu ainda sou desbocado, impulsivo, impaciente, ansioso, violento, ciumento… Eu também arrisco bastante, e isso é uma coisa positiva. Eu sou tipo: ah, é para cortar o braço? Pronto, cortei; e agora? Eu não tenho medo de fazer certas coisas. Às vezes, você se queima, mas é uma qualidade. O que eu quero é ter disciplina, controlar o lado das emoções desenfreadas, o mau humor. Eu percebo que as pessoas que se amam de verdade conseguem isso. Eu fico na dúvida: será que eu já amei alguém de verdade? Have I ever loved anyone? Sim e não. Aquela coisa de respeito mútuo, de respeitar o outro como parte de você e, ao mesmo tempo, como um ser totalmente diverso, é quando pinta o amor de verdade, que é cada vez mais raro. Mas é uma coisa que eu quero trabalhar. A partir do momento que você consegue isso com uma pessoa, você vai estendendo para as outras. Energia chama energia — “Dize-me com quem andas e eu te direi quem és”. Mas falar é tão lindo, eu vou sair daqui e vou fazer a estupidez de sempre. Eu gostaria de disciplinar este plano, de ser uma pessoa forte, no sentido de ter segurança. Se você quer ter alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Sei lá, muitas vezes você entra em cada depressão por causa de babaquice…” — Renato Russo.