Eu sou fera

Introdução com Revisão Bibliográfica

As variações especiais e temporais da estrutura física do hábitat são fatores determinantes no que diz respeito à diversidade funcional das comunidades de peixes de um riacho. Porém as variações temporais, cujos resultados são divergentes (ROCHA et al. 2009; ESPIRITO SANTO et al., 2009) não tem sido tão documentada na literatura. Dessa forma, são necessários maiores esforços para a compreensão dos padrões de organizações das comunidades dentro dessa abordagem.
A diversidade funcional é de extrema importância no estudo dos efeitos da estrutura física do habitat sobre a fauna de peixes, pois a mesma tem se mostrado mais sensível para detectar respostas das comunidades às mudanças ambientais do que medidas tradicionais de diversidade (RICOTTA et al. 2005; PETCHEY & GASTON, 2006) e também devido a potencial relação entre a diversidade funcional e o funcionamento e manutenção dos processos das comunidades (PETCHEY & GASTON 2006).
Torna-se evidente que as características funcionais dos peixes são dependentes das condições ambientais presentes. Riachos de pequeno porte são constantemente submetidos a intensas mudanças na sua estrutura física ao longo dos períodos seco e chuvoso (ESPIRITO SANTO et al., 2009). Os aspectos climáticos, bem como a escassez ou abundância de chuva tem efeito notório na manutenção física dos riachos. Por exemplo, em períodos de seca intensa os riachos podem apresentar redução drástica no volume de água e muitas vezes interrupção do seu fluxo de água, uma situação extrema que não é rara em riachos da bacia do Alto rio Tocantins, Centro-Oeste do Brasil. Nestas condições, a perda temporária de micro-hábitats (p.ex., corredeiras) e maior restrição de espaço podem representar filtros ambientais que limitam a ocorrência de espécies de hábitos mais especializados.
Dessa forma, medir diversidade funcional significa medir a diversidade de características funcionais, que são componentes dos fenótipos dos