EU CANTAREI DE AMOR T O DOCEMENTE
DOCEMENTE
CAMÕES
ESTILÍSTICA DO SOM
ALITERAÇÃO DE [S] e [T]
• “Repetição insistente dos mesmos sons consonantais.” (MARTINS, 2008, p.59)
• Som sibilante lembrando assovio, algo que remete a música e ao canto.
• Evoca sentimentos ligados à ideia de força e intensidade.
“Por uns termos em si tão concertados
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente
[...]
Pintando mil segredos delicados
Brandas iras, suspiros magoados”
ASSONÂNCIA DE [A] [I] [O] [~E]
“Que dois mil acidentes namorados [I] sugere o som agudo do canto Faça sentir ao peito que não sente
Farei que o amor a todos avivente
[A] sons fortes, nítidos, amplos e iluminados
[...]
[O] Sugere a ideia tristeza.
Também, Senhora, do desprezo honesto [~E] Vogal nasal que exprime sons velados, prolongados, sugere distância lentidão, moleza, melancolia, dolência.
De vossa vista branda e rigorosa”
ESTILÍSTICA DA PALAVRA E DA
FRASE
METÁFORA
• Um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. • Peito no lugar do sujeito que não sente. É o sujeito que sente. HIPÉRBATO E
HIPÉRBOLE
• Alteração na ordem direta dos termos da frase, que favorece o ritmo e atendendo à imposição métrica da rima, além da intenção de ênfase.
• Exagero para enfatizar alguma informação. “que dois mil acidentes namorados faça sentir ao peito que não sente
[...]
pintando mil segredos delicados”
PARADOXO
• O enunciado que contradiz a si mesmo, pois contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano.
• Natureza contraditória do amor
“Farei que amor a todos avivente, pintando mil segredos delicados, brandas iras, suspiros magoados, temerosa ousadia e pena ausente.
[...]
de vossa vista branda e rigorosa”
ESTILÍSTICA DA ENUNCIAÇÃO
FORMAS DE TRATAMENTO
• “As diferentes formas de tratamento correspondem a diferentes graus de intimidade/ distância e níveis de hierarquia social.”
(MARTINS, 2008,