Etnocentrismo
Segundo o livro O que é etnocentrismo, a formação da Antropologia ocorreu com base no desenvolvimento de um saber particular, na construção de conceitos, discussões teóricas e metodologias particulares.
De acordo com o autor Everardo P. Guimarães Rocha, etnocentrismo é:
“uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência.” (p. 07)
Tal conceito trata-se de uma avaliação pautada em juízos de valores daquilo que é considerado diferente. É uma visão que toma a cultura do outro
(alheia ao observador) como algo melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias ou até mesmo por sua forma de se vestir, isto é, desconsidera a lógica de funcionamento de outra cultura. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias não fundamentais levando à atitudes violentas.
A questão etnocêntrica nasce de um choque cultural. Este choque é constatado pelas diferenças: o grupo do “eu” e o grupo do “outro”. Com isso,
Everardo afirma:
“o grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. Este processo resulta num considerável reforço da identidade do “nosso” grupo.” (p. 09)
Contudo, a inevitabilidade do choque cultural é um fato, pois as culturas naturalmente possuem bases e estruturas diferentes, dando significação à vida de formas distintas.
No entanto, existem ideias que se contrapõem ao etnocentrismo, entre elas é a relativização. Para Guimarães Rocha relativizar é:
“ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que