Etnocentrismo e Arte
Segundo ROCHA (1988, pág. 5), Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. Perguntar sobre o que é etnocentrismo é, pois, indagar sobre um fenômeno onde se misturam tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos. No etnocentrismo, estes dois planos do espírito humano – sentimento e pensamento – vão juntos compondo um fenômeno não apenas fortemente arraigado na história das sociedades como também facilmente encontrável no dia-a-dia das nossas vidas.
Assim, a colocação central sobre o etnocentrismo pode ser expressa como a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim, pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamentos, imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós. Este problema não é exclusivo de uma determinada época nem de uma única sociedade. Talvez o etnocentrismo seja, dentre os fatos humanos, um daqueles de mais unanimidade.
Etnocentrismo e Arte
Ciência e arte são praticamente indissociáveis durante as fases de observação e de meditação para se distinguirem nos discursos, se aproximam nos momentos da classificação e se separam definitivamente nos seus resultados. (Paul Valéry)
Existe uma antropologia da arte e do fazer artístico, do mesmo modo que existe uma antropologia que é arte, se debatendo com as velhas teias que separam a arte da ciência. Este livro lança o incrível desafio da combinação das forças da Arte e da Antropologia em favor de ambas. (Michael Taussing, quarta capa do livro) A relação entre arte e ciência é um dos temas dos mais complexos e evolutivos, sempre