Etica
No presente contexto, a ética tornou-se um tema privilegiado entre nós, em virtude de diversos acontecimentos, tanto no campo político como no social. Porém, atualmente, um outro debate também chama a atenção para uma discussão sobre a conduta humana, ou seja, em sociedades pluralistas como as atuais, onde há crentes convictos de sua fé e não-crentes laicistas para quem a religião é um obstáculo para a felicidade racional das pessoas é comum que se encontrem pontos de dissenso acerca de questões éticas.O presente trabalho não visa chegar a premissas conclusivas do debate sobre a ética entre crentes e não - crentes, o que se pretende é juntar-se a outros no sentido de contribuir na discussão e na reflexão crítica.Deste modo, o objeto principal deste trabalho é o de analisar em duas importantes obras de Santo Agostinho, “O Livre Arbítrio” e as “Confissões”, as questões éticas por ele apresentadas. Segundo Altaner (1990. p, 434), Agostinho foi o maior filósofo da época patrística, além do mais importante e influente teólogo da Igreja em geral. Deste modo, justifica-se o estudo no referido autor, pois Santo Agostinho torna-se essencial para uma discussão no que tange um entendimento da ética cristã. No Livre Arbítrio, obra que Agostinho escreveu em 388/395 e, na qual, Agostinho contraria a idéia dos maniqueus de dois princípios, o principio do Bem e do Mal, pois deste modo o homem não é livre nem responsável pelo mal que faz. Agostinho procura demonstrar que a nossa conduta, o poder de agir como queremos, é uma decisão soberana, um arbítrio. Nesta obra a ética agostiniana caracteriza-se pela formulação de uma explicação de como pode existir o mal se tudo vem de Deus que é bom. Em seguida, na obra Confissões, escrita no ano 400, Agostinho esboça uma ética harmonizada com os preceitos morais cristãos. Entretanto, se para os gregos o homem bom é aquele que sabe e conhece, para Agostinho o homem bom é aquele que ama