etica
Utilizando-se de telas metálicas, painéis deslizantes e inclusive um mecanismo preso ao teto para servir a sala de jantar desde a cozinha, a casa fazia a sua maneira uma materialização do conceito da máquina de morar, mas com um lirismo e uma poética que poucas construções conseguiriam alcançar. Nas décadas seguintes no campo da arquitetura a estética puramente funcionalista reinaria.
Provavelmente o principal protagonista desta edificação sejam seus tijolos de vidros. O efeito de caixa translúcida brilhante em contraste com a arquitetura do século XVIII é arrebatador. Hoje em dia tão mal aplicados e usados sem critério, os tijolos de vidro na Maison de Verre provam que o material é capaz de efeitos incríveis quando sabiamente utilizados. Um fato interessante é que embora menos conhecida do que outras casas que ficariam famosas pelo uso do vidro, como a Glass house, 1949, de Philip Johnson e a residência Farnsworth, 1951, de Mies Van der Rohe, a casa de vidro francesa data de quase duas décadas antes. Talvez tenha contribuído para seu relativo desconhecimento o fato dela se encontrar dentro de um pátio, não podendo ser vista desde a rua de acesso.
A nota triste é que Chareau, sendo Judeu, já durante a segunda guerra mundial se viu obrigado a