Etica
São objeto de uma atenção especial na filosofia grega os problemas éticos, uma vez que democratizada a vida política da Antiga Grécia. Sucede ao naturalismo dos pré-socráticos, considerados os filósofos do primeiro período uma preocupação com os problemas do homem e com os problemas políticos e morais. As idéias de Sócrates, Platão e Aristóteles estão relacionadas com a existência de uma comunidade democrática limitada e local (pólis), de maneira que a filosofia dos estóicos (que viviam de acordo com a lei racional da natureza e indiferença em relação a tudo que é externo ao ser) e dos epicuristas (cuja base ética girava em torno do prazer, que consistia na aponia e apraxia) surge quando este tipo de organização social já está ultrapassado e a relação indivíduo-comunidade se apresenta em outros termos.
Considerados mestres ou sábios, os sofistas constituem um movimento intelectual na Grécia. O filósofo sofista é aquele que reage contra o saber a respeito do mundo, pois o considera estéril e sente-se principalmente atraído por um saber a respeito do homem, em especial político e jurídico, além de situar suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência da virtude, da justiça do bem etc., a partir da qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada. Sem aspirar pelo conhecimento especulativo, e sim prático, os sofistas tendem a influir na vida pública, tornando-se mestres que ensinavam sobretudo a arte de convencer, ou retórica, e cobravam para isto já que numa sociedade como tal, o cidadão intervia ativamente e precisava ter êxito em sua vida política. Segundo a linha de pensamento destes filósofos, não existe verdade nem erro, sendo que as normas são transitórias/passageiras já que são humanas, as regras morais, as posições políticas e os relacionamentos sociais deveriam ser