Etica
Em seu texto sobre Ética Paul Ricoeur distingue o termo ética do termo moral. Embora ele afirme que não há nada na etimologia que justifique a distinção, uma vez que a palavra ética vem do grego e a palavra moral vem do latim, sendo que ambas significam hábitos, costumes, é necessário distinguir duas importantes tradições filosóficas: a ética teleológica aristotélica e a moral deontológica kantiana.
O artigo objetiva explicar o que é a ética para o autor, os princípios que a orientam, e a sua aplicabilidade atual. Esta ética é elaborada quando ele se lança à reflexão sobre o agir humano, questionando-se se este é um modo de ser essencial, numa tentativa de entender o homem no mundo atual. Assim, procura apreendê-lo no que sobressai da condição de agir e destaca o caráter racional da ação.
Estabelece diferenciação para os termos ética e moral atribuindo ao primeiro a ideia de orientação pela excelência, pelo considerado bom, constituída anteriormente à moral. Já a moral compreende tanto os princípios do permitido quanto o sentido da obrigação que liga, aproxima o sujeito à obediência das normas. É a ética, porém, que se sobrepõe à moral e está, em última análise, recorre àquela. Verifica-se que o autor utiliza as ideias de vida boa e amizade de Aristóteles e a preocupação implicada no imperativo categórico kantiano.Com estes alicerces, elabora uma ideia de ética que propõe a organização deu má vida harmônica, consoante, que valoriza a estima de si e o respeito de si, em que reine o espírito de preocupação, de concórdia, de solidariedade entre todos os homens da comunidade em que o mundo se transformou, no qual todos são o próximo, e que tem como guia a justiça das instituições. Nas circunstâncias difíceis, que se apresentam na ação cotidiana, a prudência é a virtude do homem sábio a ser exercitada em cada decisão em que a intenção ética se encontra com a norma moral. Portanto, a proposta que emana da concepção ética