Etica
por Iracy Paulina | foto Fabio Heizenreder
Um e-mail pornográfico, desses que vira e mexe transitam pela net, acendeu o estopim de uma polêmica meses atrás. Em 2000, acusado de repassar a mensagem com as imagens indiscretas aos colegas do HSBC Seguros Brasil, o analista de sinistros de Brasília I.L.N., 29 anos, foi demitido por justa causa. Entrou na Justiça e ganhou em primeira instância. Mas perdeu na segunda e no Supremo Tribunal Federal, em maio. No entendimento dos juízes que deram parecer favorável à empresa, o correio eletrônico corporativo é uma ferramenta de trabalho e, como tal, não deve ser usado para fins pessoais. "Meu cliente teve sua caixa de e-mail violada. Isso significa que as fotos anexadas ao processo foram conseguidas de modo ilícito", defende José Oliveira Neto, advogado de I.L.N. Por meio de sua assessoria de comunicação, o HSBC rebate a acusação alegando que, "sendo o e-mail de propriedade da empresa, ela pode ter amplo conhecimento da forma como é utilizado".
Por trás da polêmica, na verdade, está uma questão crucial nas relações de trabalho: quais são exatamente as fronteiras entre os direitos e deveres dos funcionários e os direitos e deveres da empresa? O assunto é ainda mais delicado porque não depende somente de normas e leis trabalhistas. Envolve a ética, que, embora seja um valor universal, no varejo está sujeita a interpretações subjetivas. "Posturas que para alguns são antiéticas, outros não consideram tão reprováveis", diz a