ETICA E SER SOCIAL
O desenvolvimento da sociabilidade institui novas necessidades, dentre elas a moral. Nas condições da sociedade burguesa, ela é alienada. Nesse sentido ela expressa um dos antagonismos da sociedade moderna: o antagonismo entre a liberdade e o campo das necessidades, fundado nas determinações socioeconômicas e objetivado através das normas.
Considerada do ponto de vista ontológico, a moral é uma mediação potencialmente capaz promover uma individualidade livre. A liberdade é, ao mesmo tempo, capacidade de escolha consciente dirigida a uma finalidade, e, capacidade prática de criar condições para a realização objetiva das escolhas, para que novas escolhas sejam criadas. Por isso, liberdade, necessidade e valor vinculam-se ontologicamente. Como as demais capacidades essenciais do ser social, a liberdade pressupõe uma objetivação concreta.
Como possibilitador da liberdade, o trabalho é uma atividade potencialmente livre, isto é, ele põe as condições para a liberdade na medida em que permite o domínio do homem sobre a natureza, o desenvolvimento multilateral de suas forças produtivas. Para que o trabalho se efetive como atividade livre é preciso que se realize como atividade criadora. A partir das condições postas pelo trabalho, a liberdade assume, então, dois significados: é liberdade – de algo e – para algo.
A liberdade, entendida como liberdade de algo, existe como negação dos seus impedimentos. Liberdade é, portanto, superação de entraves históricos as objetivações essenciais do ser social.
O trabalho é a atividade fundante da liberação do homem; a liberdade é uma capacidade inseparável da atividade que a objetiva.
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