Etica e legislção trabalhista e empresarial
Em "Django Livre", o diretor Quentin Tarantino se renova no exercício de criar o personagem "badass" definitivo, e que agora tem algo a dizer.
Quentin Tarantino é um mestre na arte de se contar histórias. E estou falando de histórias memoráveis, improváveis, com diversos personagens interligados que dizem milhões de palavras por segundo, e quase todas elas te fazem pensar, rir e dizer em voz alta goddamn! ou algo do tipo. São tramas que se amarram por aspectos morais, culturais e atos heroicos retumbantes, que elevam ao máximo os níveis de testosterona da audiência. Um estilo cinematográfico que poderia ser catalogado, informalmente (se me permitem) como "fodásticamente badass", pois cult já ficou para trás, o gênero não mais exemplifica a profundidade e talento do diretor.
No entanto, querendo ou não, Tarantino nunca disse muita coisa com seus longas (em um sentido agregador, digamos assim), tendo abordado basicamente temas sobre golpes/planos elaborados, vinganças, mortes e factóides interessantíssimos - tudo bem específico. Mas com o lançamento de "Django Livre" isso mudou: a história do negro que se torna um caçador de recompensas, e que tem como meta crucial de sua sofrida existência resgatar a esposa Broomhilda, é uma das mais brutais e enfáticas exposições da escravidão americana pré-Guerra Civil - época em que a simples visão de um homem de cor andando a cavalo era algo assombroso.
Diante de um roteiro original novamente inspirado, percebemos que o diretor nos induz a refletir sobre o tema racial a todo instante, até mesmo com seus minuciosos detalhes. Por exemplo: quando Django dá um belo gole em um copo de cerveja, o texto não nos diz se aquele foi o primeiro gole da vida do negro, ou pelo menos o primeiro em muitos anos. Ainda sim, percebemos o prazer inédito em sua expressão – um gesto simples que demonstra um fragmento, obviamente irrisório, das privações impostas a estes meros