Etica profissional
TEXTO 1 – Ética, Moral, Imoral e Amoral
SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
p. 269: Não há grupamento humano que não obedeça a um sistema de normas morais; tudo o que parece natural e justo a uma coletividade qualquer não o é necessariamente para outra e pode até conduzi-la às portas do inferno (constatação do relativismo cultural); uma coletividade pode adotar normas morais para uso interno e reservar outras para uso externo; a existência de duas morais no seio de uma mesma coletividade, uma oficial outra oficiosa, não é algo excepcional. O conhecimento antropológico nos ensina que não se devem confundir normas morais, socialmente praticadas, com pautas abstratas, universais e anistóricas, pois elas são padrões sociais convencionados, que espelham condições históricas bem determinadas. [...] Devemos distinguir, entretanto, normas jurídicas (leis, regulamentos) e normas morais. Ambos os tipos de normas regulamentam as relações sociais, postulam condutas obrigatórias, assumem a forma de imperativos e visam a garantir a coesão social.
p. 270: Mas, enquanto as normas morais exigem uma adesão ideológica que se transforma em coação interna aos agentes, as normas jurídicas são cumpridas haja ou não adesão, porque funcionam sobretudo com base na coerção externa. As primeiras tiram seu substrato do princípio da legitimidade; as segundas tiram seu substrato do princípio da legalidade. As normas morais são simbólicas e animam as relações de saber (hegemonia e conformidade); as normas jurídicas são políticas e expressam as relações de poder (dominação e sujeição). A moral é um discurso de justificação e se encontra no coração da ideologia. É um dos mais poderosos mecanismos de reprodução social, porque define o que é permitido e proibido, justo e injusto, lícito e ilícito, certo e errado. Ao arrolar obrigações, fins e responsabilidades, suas normas são prescrições que pautam as decisões e