Estética
O trabalho foi baseado na estética construtivista, movimento russo da década de 1910 que tinha como objetivo o uso da arte e da estética para o movimento revolucionário. Neste sentido, os artistas trabalhavam como operários, construtores da sociedade a partir das produções artísticas. Com base nesta visão politizada a produção do construtivismo russo, houve a ligação com um tema bastante discutido nos últimos meses: a campanha pela família verdadeira. A escolha de Marcos Feliciano (PSC) aconteceu pela ampla utilização da imagem do político por ele – que fez, nos últimos anos, declarações polêmicas consideradas racistas e homofóbicas - ter assumido a Comissão de Direitos Humanos. Com a gerência da comissão, o político tem enfrentado críticas e protestos. Recentemente encabeçou a campanha pela “família verdadeira”, criada pelo Partido Social Cristão, que exclui, inclusive, mães solteiras e que faz alusão ao molde familiar heteronormativo. Neste sentido, a homofobia gerada a partir deste discurso foi associada pelo grupo à própria posição nazista em relação aos homossexuais no sentido da exclusão em prol de uma postura teoricamente correta da sociedade. Sendo assim, justifica-se o uso da imagem do político no cartaz, dentro de um molde – círculo e cor vermelha – que remete à forma-símbolo do partido nazista de Hitler. O cartaz conta com as cores do vermelho, branco e preto, que, além de representarem as cores do partido nazista são também os principais componentes da paleta de cores do construtivismo russo. O uso da cor chapada também faz alusão ao movimento russo, assim como a utilização da geometrização e das tarjas. Acima da foto de Feliciano há a frase “Pela verdadeira família” em alusão à campanha do PSC, e, dela, saem tarjas que formam a suástica, símbolo do partido nazista. A tipografia escolhida, sem serifa, também tem relação direta com àquela utilizada pelo construtivismo russo. Nas sombras da boca de Feliciano