Estética
NIETZSCHE: Um olhar estético sobre a vida
Henrique Fernandes de Castro
Essa comunicação investiga a concepção estética nietzschiana como resposta às críticas feitas pelo filósofo alemão à tradição do pensamento ocidental. Tal olhar estético sobre a vida permite relacionar filosofia da arte com a ética e a política, a epistemologia e a ontologia. Nietzsche descreve, no prefácio de Ecce Homo, sua atitude filosófica em termos que marcam perfeitamente a ruptura que estabelece com a tradição ocidental. Temos nesse trecho uma das características do filósofo alemão que é a de desconstrução de ídolos.
Melhorar a humanidade? Eis a última coisa que eu prometeria. Não esperem de mim que eu erija novos ídolos! Que os antigos aprendam antes quanto custa ter pés de barro! Derrubar “ídolos” – é assim que chamo todos os ideais –, esse é meu verdadeiro ofício. É inventando a mentira de um mundo ideal que se tira o valor da realidade, sua significação, sua veracidade... A mentira do ideal foi até agora a maldição que pesou sobre a realidade, a própria humanidade se tornou mentirosa e falsa até o mais fundo de seus instintos – até a adoração dos valores opostos àqueles que poderiam lhe garantir um belo crescimento, um futuro.
(NIETZSCHE, 2008, p.16).
O fim da filosofia agora é desconstruir as ilusões que embalaram a tradição ocidental. Nietzsche é um desconstrutivista, alguém que passou a vida dando surras nas ilusões da tradição filosófica.
No entanto, todos os ideais que sofrem as investidas do martelo filosófico nietzschiano são pressupostos que fundamentam uma ética e desconstruir tais pressupostos implica numa desconstrução desta.
As críticas feitas por Nietzsche a todos os pretensos ideais da trajetória do pensamento ocidental acarretam um problema cuja solução tende a uma concepção estética e de afirmação da vida como devir. Autores como Roberto Machado e Maria José Rago
As críticas de Nietzsche recaem sobre um determinado