Estética em Marcel Duchamp
Resumo
O objetivo deste artigo é a externalizar observações a cerca da percepção estética a respeito das obras In advance of the broken Arm e Nu descendo uma escada (No. 2) de Marcel Duchamp.
Palavras-chave: estética, percepção, arte contemporânea, resignificado,
Ao observar as obras advance of the broken Arm e Nu descendo uma escada (No. 2) de Marcel Duchamp duas sensações estéticas diferentes ecoam. Do ponto de vista atual, existe aceitação para ambas as representações, mas o que é percebido esteticamente em uma pá de neve? “Duchamp declarou que uma pá de neve era uma obra de arte e ela passou a ser; afirmou que um porta-garrafas era uma obra de arte e ele passou a ser reconhecido como tal” coloca DANTO (2005, p. 37), em um jogo de proposições sobre o que é ou não uma obra de arte.
Sem implicar o reconhecimento em sua época de realização, a pá de neve tonou-se obra de arte no momento em que foi posta no circuito artístico e por seu criador declarado como tal.
Análogo a esta obra, em Nu descendo uma escada (No. 2) não parece necessário dispensar tais comentários já que a obra é um óleo sobre tela, algo mais tradicional embora sua técnica suscite curiosidade e um certo espanto até mesmo na atualidade.
Conforme o próprio Duchamp, os “readymades”, nome que usou para estes trabalhos como a pá de neve, “(...) a escolha destes "readymades" jamais foi ditada por deleite estético. A escolha foi feita com base em uma reação de indiferença visual e ao mesmo tempo em uma total ausência de bom ou mal gosto”. BATTCOCK (1961) sendo assim, ao observar referido objeto percebe-se que ao dispô-lo em ambiente propício e ao infundir a ele o adjetivo “obra de arte”, a aura que se formou proporciona um novo viés significativo onde do ponto de vista do observador denota-se valores que talvez nem mesmo seu criador houvesse tido intenção.
Faz-se necessário algum critério para observar a arte contemporânea e extrair dela um sentido